20091031

Exhibit A

Dhoom, dhoom, let me make you swet

Resenha do filme Dhoom (Índia, 2004)

Para minha estreia no mundo bollywoodiano (e também no das resenhas no blog), escolhi o filme Dhoom por questões primariamente aleatórias. Ao ver as primeiras imagens e ler a sinopse do filme, eu logo conclui que ele seria um lixo completo, mas eu não sou de desistir fácil.
Bem, é um filme de ação com motos e roubos e a primeira coisa que eu pensei foi que o filme já saía perdendo por não ter o Vin Diesel. Mas logo eu percebi o quanto eu estava enganado.
Acontece que o filme propicia algo que nenhum Velozes e Furiosos jamais propiciará: uma cena de moto seguida por uma cena de roubo seguida por uma dancinha na qual o policial tenta convencer sua esposa a fazer "shikdum".
Então, resumidamente, o filme é tão ruim quanto um filme de ação pode ser, só que pior. Eu chegaria a dizer que ele superou Van Helsing no meu Top Piores Filmes, se... se eu não tivesse gostado tanto.
Quero dizer, são indianos dançando (na chuva, no palco, no cassino, em todo lugar) e as músicas são ANIMAIS. Uma das melhores trilhas sonoras ever, com certeza a melhor da história dos filmes de ação. Destaque para "Fiesta Latina", cujo refrão parece tanto com "salame salame salame quero comer salame" que a próxima coisa que eu farei será procurar no Youtube para ver se alguém já fez uma legenda dessas que se faz com músicas indianos ou o Daileon.
Além disso, por mais que eu já tenha visto o Bruce Willis derrubar um helicóptero ao atirar um carro nele, eu nunca vi o que descreverei a seguir:
Começa com algo banal, uma lancha perseguindo um caminhão. Mas então os mocinhos pulam com a lancha pela frente do caminhão, atirando. Isso já foi extremamente wow, mas não é nada comparado a quando eles jogam a âncora no caminhão e começam uma perseguição de lancha em terra firme, isso mesmo, uma perseguição de lancha em terra firme! Seguida, claro, por lutas acrobáticas em cima do caminhão etc.
Enfim, enquanto o filme é um fracasso completo enquanto filme de ação (o que é um problema, já que É um filme de ação) ele é também engraçado (tanto de propósito quanto sem querer). E vale a pena pela eterna expectativa pela próxima dancinha.

Notas

Atuação:
6/10
Roteiro: 0/10
Efeitos especiais: 7/10
Direção: 1/10
Trilha Sonora: 100/10
Geral (não é uma média): 10/10.

20091030

Novamente: as inspirações necessárias.

NOVA PROPOSTA DE BANNER.

A gente pode refotografar esse banner só que com os cabaços, né???

Só que aí não sei se a gente se junta e se fotografa ou se cada um envia a sua e montamos uma final, hehehehe.

Abraços!

20091028

Travel Log 1: Ahoy, ahoy!

AMIGOS:

Sinto-me cada vez menos desnorteado neste local. Meu quarto foi antes um local de concentração - o hotel era um mosteiro - e a Cultura me envolve a cada instante. Chama-se Hotel Gustav Mahler, pois Malher ele mesmo morou cá nesta Jihlava.

Eu definiria os tchecos como "uma mistura de alemães com italianos, bem bêbados, mas sem o álcool" (com ele, ficam ainda mais fanfarrões - e não há outra palavra, é isso mesmo).

Anima-me ver um festival feito por gente tão jovem e freqüentado por uma moçada tão moderna, mesmo morando no interior do interior. Todos eles adoram arte e experimentações.  Baima Jr. foi entrevistado agora pouco e o conceito por trás de tudo foi fantástico: assim que ele começou a responder, a direta Andrea agarrou minha acompanhante Marketa e a mandou passar na frente da câmera, e depois se dirigiu a mim em tcheco, ao que só pude responder um balbuciado "Pardon, nemluvín..." e aí "Just go there with Marketa and make a line, there, there, fast" (fiquei meio constrangido, pois ela foi um tanto arrogante). E todos nós passamos na frente, pegando fones (Slúchatkas!) no balcão entre Baima Jr. e o câmera (que mandava beijinhos para ele, rindo a todo instante). 

E tudo isso sem esquecermos que ontem, na noite de abertura, havia um telão com chroma key no palco para simular um "novo mundo" - pois esse é o tema da edição deste ano, "Rekonstrukce" - e um Adám ali de fraldas como o novo chiloveka. 

Por último, a única coisa que os palermas não fazem é cinema. Fakt. 

Bem, bem, vou agora jantar e me preparar para ver um alemão, Film Ist. A Girl & A Gun. 

Nashledanou!


20091027

Objetividade

"...então, mesmo exercendo atividade intelectual do tipo científica, ele pode ser um empresário, caso, no exercício de sua atividade, configure-se o elemento de empresa. Agora, vocês devem estar se perguntando: Mas professor, o que é elemento de empresa? Bem, isso não cai na OAB. O próximo ponto que abordaremos..."

20091025











Meus companheiros:

É sempre com um pouco de angústia (é, algo assim, que eu sinto até mesmo introspectivo) que eu aviso a vocês: hoje parto.

Falei ontem com o Teo Jaszó e ele me confirmou, está tudo certo lá para minha chegada. Projetores instalados e tomadas e projecionistas indefectíveis - tudo que eu precisava.
Então acho que não há por que me alongar mais por aqui. Se por alguma outra razão ontem o Daniel Rebiggi não tivesse quebrado minha estante, e bem no momento em que meu apartamento se encontrava alagado! (meus livros TODOS caíram naquela água suja de máquina de lavar), não sei, talvez eu ainda ficasse um pouco. Mas, cacilda, ele me disse assim, "É, pô, foi mal...ai, merda, foi mal mesmo...mas na Europa é mais barato, né? Dá pra você comprar até numas edições melhores...", enfim, não concordo, porque gosto das minhas Brasilienses (e Iluminuras), mas...também, se dizem que estou no período de "auge da vida", por que não ir até a Europa para projetar tudo lá e de quebra ainda confirmar se vale a pena montar minha biblioteca de novo?
Eu sei que é um pensamento meio idiota, mas, enfim, meu vôo já está marcado hoje para as 18h20 (quer dizer, não é tanto 'meu' vôo, porque só ontem eu decidi e por sorte consegui um lugar). Também acho que minha estada não será tão longa...eles devem se cansar fácil dos filmes....(difícil não me sentir como uma espécie de Rüdiger Vogler naquele filme do Wim Wenders, o No Decurso do Tempo...acho que gosto dessa sensação) e (mas não pretendo fazer cocô pra todos verem!) aí eu volto. Não (isso eu decidi agora, por uma questão de tempo) vou abrir um espaço ou tempo praquelas encomendinhas que todo mundo sempre quer fazer....só prometo trazer breguetes pros aniversários de um raio de três semanas para frente e para trás!

Abs!

A poética do infantil.

Eles chegam lá e tá todo mundo que tava antes e as crianças estão levantando a lona empinando uma pipa gigante e os homens estão terminando de pregar a cesta e as mulheres estão todas em volta, admirando o balão se encher. O MORADOR que pediu a pizza está lá ajeitando o fogo e tal e medindo o vento, ele fala pros dois subirem logo, P... está irritadiço e totalmente perdido e eles sobem e Anne disse Espera um pouco que já chega e o balão começa a subir e p... se desespera com o fim do tempo e aí a menina levanta ele na mão e fala Olha lá e p... olha e vê a malha tipo batalha naval e ele acha o tal M-50 e é um alvo desenhado lá embaixo, ele grita desesperado e ela fala calma e balança ele e caem todas as pizzas lá embaixo e tem uma grande festa com as pessoas comendo pizza e o balão voando no céu.

Querido diário

Ontem fui com ex-colegas de trabalho a um bar que chama Tubaína, na Haddok Lobo. É um lugar bacaninha e tem tubaína e mandiopã. Aí ficamos lá até umas 3h e saímos e távamos com fome, então fomos numa pizzaria na Augusta.

Agora, imaginem uma pizzaria na Augusta que fica aberta às 3h... tinha vários casais gays; na mesa de trás da nossa um grupo de 4 minas e 2 caras ficaram brincando de passar um gelo de um pro outro, usando só a boca e, o pior de tudo, um dos meus ex-colegas, que é carioca pôs ketchup na pizza.

Bem, nós saímos da pizzaria umas 4h, e eu tava a pé e o metrô tava fechado, então eu subi pra Paulista pra pegar um ônibus. Aí fiquei no ponto de ônibus lá, esperando.

Agora, avaliem:

No banco atrás de mim tinha um casal se pegando fortemente. Depois chegou uma mina com um cara que parecia tar totalmente drogado, caía no chão, falava um monte de merda e tal... e não parecia bêbado, parecia lóki de dorgas, mesmo. Mas a mina ficava cuidando dele. E do meu lado tinha duas minas, tb, e eu não tava vendo, mas dava pra ouvir elas se beijando.

No fim, eu fiquei uma hora lá esperando o cacete do ônibus e não passou nenhum. Nem ônibus certo nem ônibus errado, nada. Aí abriu o metrô e eu vim pra casa

Mas foi foda, porque os gays se beijavam, os héteros se beijavam, as lésbicas se beijavam e até o cara drogado tava com a mina lá cuidando dele.

E só eu sozinho.

20091024

Carcará é bicho ruim

Carcará é bicho ruim, carniceiro. É bicho esperto, ligeiro, secador de gente viva, mordedor de gente morta, morde-olho. Morde as bolas. Carcará é bicho que sobrevive, que não tem vergonha de sobreviver.

Seu Antônio dá tiro em carcará por prazer. Emília não gosta mas também não é de reclamar. Emília é que nem carcará...

Noutro dia, seu Antônio sai pro mato de carabina em mão, montando uma égua boa sem sela, indo lá pro ribeirão. Sai rindo de aguardente, cruza o rio e segue em frente, que com jacaré ele não brinca; em jacaré ele não atira. Jacaré é bicho duro, sabe lidar com a correnteza. Seu Antônio — é certeza — noutra vida, se não foi, será ou é: jacaré.

Daí que baixa a cabeça, tira o chapéu, até, conforme passa pelos troncos vivos à deriva e continua seu caminho. Hoje ele quer matar veado, mas vê gente chegando doutro lado. Gente carabinada que nem ele, mas o fim é que é outro. Gente que vem matar jacaré pra tirar couro.

Seu Antônio sente a mão coçar pra pegar a arma contra eles, mas no fim ele se acalma. Porque jacaré não tem medo e não quer ajuda, jacaré olha no olho e não desvia. Não foge. Se intrometer ali era pecado maior que fazer bolsa de filhote. Serem eles cinco e ele um não conta, não, que seu Antônio nunca vai ser gavião.

20091023

reflexo

São onze horas, o telefone toca e eu não sei quem é, não atendo, a pessoa desiste.
Será que ela tem alguma noção do que é fazer um telefone tocar dentro da própria casa de uma outra pessoa a uma hora dessas?

Do quiosque do Jurandir, I.

POTE DE CHÁ


Era tudo meio campestre e me irritava o tempo que demorava para ficar pronto. Mas que era bom à beça, era. O chá no calor escaldante, pingando na palma da minha mão direita, ficava quase translúcido mesmo depois de uns sete minutos de infusão, quer dizer, o saquinho ali mergulhado. Aí quando sentia que a minha palma esquerda também já estava suficientemente lavada, ia em direção à fulana qualquer e massageava suas pálpebras.



RÓTULA DO JOELHO


Claro que entrava bastante areia, mas era natural na situação em que me encontrava. Em geral, dava pra fazer com uns oito clientes; quatro, se fossem casais. Dos oito, sempre um desistia, pensando duas vezes, vendo que estava quente mesmo e que esperar sete minutos no calor desgraçado pra uma bebida ainda mais quente, enfim, “deixa pra próxima” e iam em direção aos sorvetes, os desgraçados. Se não tinha mais ninguém por perto, chute neles!



VISITA DO AUXILIAR


Uma vez um sujeito falou que era auxiliar taxonômico num prédio grandão lá, e que era preciso agir rápido e servir todo mundo antes que o homem com voz de aço inoxidável congelasse todo mundo enquanto recitava “Europa” do Ginsberg ou qualquer outro pernosticismo auto-adulante. Saquei a metáfora e mandei-o pastar, porque a graça mesmo só existiria se ele cantarolasse a música do "Homem Muito, Muito Solitário".



FÚ-FÚ-RÍ-FUE-HUMM


“Aux Champs-Elysée, pé-ré-pó-ré-ró-rum, aaaaux Champs-Elysée, fú-fú-rí-fué-humm”, ficou uns dois meses na minha cabeça até sair. Era horrível, porque eu não conseguia simplesmente não cantarolar o trompetezinho (acho que era trompete, mas sinto que na verdade deve ser saxofone) do refrão, e eu sei que eu devia parecia ridículo e provavelmente espantava alguns clientes.



RETORNO DA TAXONOMIA


O fulano do prédio grandão voltou, o tal auxiliar, uns três dias depois. Quer dizer, preparei lá uns dez copinhos pra ele. Se era suficiente ou não, sei lá, mas reclamar ele não reclamou, então ficou tudo bem. Só que essa vez ele foi amável e me convidou para conhecer as instalações. O movimento tava fraco, então eu fui, sim. Acho que era tudo cenográfico, devia ser só de fachada, mas em cada mesa do andar em que ele trabalhava tinha pelo menos um liquidificador, quando não dois. Eu esperava algum tipo de apresentação, “Aqui nós fazemos tal, ali, oh, sim, ali é meu lugar favorito”, mas ele ficou meio quieto, mas sem estar irritado, só sorrindo e meio que contemplando tudo. Ele deve ter esquecido que eu não trabalhava lá. Enfim, demos a volta no andar, eu falei que precisava voltar, ele pareceu voltar à realidade, disse um “Oh, sim, sim, vai lá!”, tapinha nas costas e eu voltei pro meu posto.



ESTE É UM LUGAR NOVO


Taí uma frase que tinha na dublagem de uma animação que eu via quando era pequeno, e volta e meia volta à minha cabeça, talvez ainda com mais freqüência que a música desgraçada. E até a entonação eu lembro, “Estié um lugar NOvo!” Enfim, não era um lugar novo, eram os mesmos bancos de madeira, mesmo guarda-sol, tudo exatamente igual. Mas por algum motivo a frase apareceu na minha cabeça.



UMA DAS COISAS QUE ME IRRITAM


É nhoque:




20091022

Diálogo-de-cabeceira

Deitados juntinhos, ela no peito estreito dele, ele com as mãos debaixo da cabeça como se fosse um lenhador feliz. Sorriem, ou fazem-que.

ELA
Você é mau...

ELE
Eu sou horrível.

ELA
Não. Você é só mau.

Por mais caracteres no post (ou "vai assim, mesmo")

É peso na consciência, não. Não, não, é só o meu estômago.


Eu tinha ligado para o Artur naquela noite, mas ele ia sair, não sei com quem. Eu liguei pra outras pessoas, também e ele que saia com quem ele quiser, mas ninguém mais estava na cidade porque era feriado, então eu pedi uma pizza de calabresa e comi no sofá enquanto assistia a um filme dublado na TV. Eu comi quatro pedaços, o que é muito mais do que eu jamais vou deixar alguém saber que eu aguento, e deixei cair calabresa no sofá, mas deitei em cima, mesmo, e deixei o resto da pizza no chão pra comer depois. Não era nem meia noite e eu já tava dormindo.

Aí ele me acordou; ele ligou no meu celular e eram três e meia e só pelo jeito que ele disse alô, eu entendi (eu sempre entendo). Eu disse vem cá e desliguei o telefone e xinguei ele por vinte e cinco minutos até a campainha tocar. Ele que saia com quem ele quiser, mesmo, mas o filho da puta arruma as vadias dele e termina a noite sozinho e fica todo inseguro e deprimido. Aí ele me liga e eu digo vem cá e xingo ele por vinte e cinco minutos, às vezes mais, às vezes menos, eu xingo ele até a campainha tocar.

Você quer pizza, eu perguntei, e ele fez que sim e sentou e comeu tudo o que tinha sobrado, acabando com minhas perspectivas de ter um café da manhã decente. Aí ele limpou a boca na manga e não disse nada e enfiou a mão por baixo da minha blusa e me comeu no sofá sem tirar a roupa e foi embora. Eu fiquei ali, mesmo, e só depois de acordar é que eu me limpei.


E eu nem era sempre assim, se você quer saber. Quando eu resolvi vir pra São Paulo... Puts. Na verdade – e puta merda, você não ia acreditar –, tinha esse cara em Jarinu, o Renato, e ele era tipo meu melhor amigo, tipo essas coisas que a gente vê em filme e pensa puta que o pariu, isso nunca ia acontecer. A gente era amigo desde sei lá, uns cinco ou seis anos. Desde pirra. Mas amigo daqueles que acordam e já se encontram e não desgrudam até a hora de dormir, sabe? Amigo daqueles que brigam toda semana e choram a noite toda e no dia seguinte se encontram todo tímidos só pra ser amigo de novo. Amigo tipo amigo, mesmo.

Quando a gente tinha uns dezesseis, dezessete anos – e a gente nunca tinha namorado, porque acho que as coisas eram diferentes, ou só a gente é que era (e a cidade era pequena, também. Foda.) – aí ele corria atrás de mim na rua e eu fugia rindo e trombava com os pedestres. Ele vinha atrás querendo me pegar mas sem querer de verdade, e a gente dava voltas em pontos de ônibus até que ele me alcançava e me empurrava na grama e a gente se rolava no chão. Eu ria o tempo todo, quando estava com ele, e eu acho que realmente gostava dele. Talvez a gente se amasse, sei lá.

Eu sei que noutro dia (mas isso foi depois, eu já devia ter uns dezoito, foi logo antes de eu me mudar), noutro dia a gente foi na casa dele ver uns filmes e eu queria muito, sabe? Eu tinha dezoito anos e tava começando a me ligar, então eu queria mesmo. Mas a gente assistiu aos três Star Wars em sequência e tomamos muita, cara, muita vodka, mesmo. Ele tava malzão, sim, mas ele virou pra mim e me puxou com força e aquilo foi ruim demais. Eu deixei ele ser egoísta, sim. Eu deixei ele me segurar os braços, forçar minha boca, eu deixei ele tirar a minha roupa naquela noite e é capaz até que ele tenha gostado, mas quando eu fui pra casa dele eu queria muito, e aí ele estragou tudo, meu, ele estragou tudo.

Por mais cocotas na banheira.

20091021

despedida, prólogo.

Lara: 'Confesso que não sinto falta de você'

20091020

Um protesto muito bonito mas que não faz sentido nenhum, já que foi escrito mais a pedido do "tirano" em questão que por vontade própria ou revolta.

Belo dia um tirano,
Todo pintado de verde,
Decidiu ficar insano
E colou-se na parede.

A parede ela era rosa,
Seu queijinho era bom,
Seja em verso, seja em prosa,
Sua faca era seu dom.

Maluquinho por poder
Na República mandar,
Faz de tudo sem contar

Pros parceiros de pomar,
Pros irmãos que, a gritar,
Mandam ele se foder.

A faca e o queijo na mão.

:D

Espero que gostem.

20091018

status quo

febre delírio tremor encaçapar todos os seus pensamentos em um buraco e vomitar você mesmo e sumir você disse que ia dizer que tava tudo bem e não disse eu sangro pelas orelhas e tento segurar com os dedos por favor senhor tire os seus sapatos e não exploda nossos aviões e então vejamos dentro de você se há ossos que não deveria haver há um pedaço da sala que não foi pintado e cheira a mofo a mar a tinta ausente e olhar é ruim e nós nunca pintamos só o quarto sem janela e sem lâmpada que tremeluz com o calor e não tinha ninguém lá açafrão alecrim cravo e cominho caídos no chão as mãos estraçalhando a mesa farpas e agulhas nenhuma chuva nenhum calor umidade engasgada céu cor de marfim porta trancada deitar no carpete sem respirar com um fantasma no sapato eloquente exemplar interesseiro unha quebrada com carvão olho na nuca procurando e você veio de longe só pra voltar e é sentir dentro o de fora explodindo chora sem parar cabelo arranhado teto sem estrela passo na areia sem pesar sua mão em aceno sem apelo afundar em 1.

Instante descisivo.

20091017

Taludinho

De longe o pequeno esperava e lia a ficha da vida de outrem:

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De outrem bastante importante, mas que propositalmente reduzimos a leitura à sua imagem, provando o alcance panorâmico de sua impressão na página. Os resumos são mais fortes que os feitos de todos os homens que buscam mais de uma página nos anais da retaguarda temporal e isso era evidente para o pequeno que sonhava em quando seria taludinho...

enquanto esperamos...


20091016

Hostilidade?, parte 4

*X e Y se vêem à distância*

20091015

Ora, vejam só vocês...



E desculpem-me pela escuridão na foto, mas é que eram 5h da manhã quando passei pelo muro. Se clickarem, acho que lerão.

20091010

Link

http://elevadoatres.blogspot.com/2008/09/razes-pelas-quais-odeio-verdadeiramente.html

Atividade_17: um Texto fora de seu Tempo natural e, portanto, ainda pior do que simplesmente ele (OU: DISTANCIAMENTO HISTÓRICO)

Naquele dia choveram molotóves.

Bum badabum bada-plasch! Era tanto fogo que nem dava tempo de pensar que era fogo.

Comia capacete, escudinho, farda, armadura. Os cacetes de borracha e ferro brochavam na mesma hora.

No chão também queimavam os cravos – ah, sim! Nem o tanque resisitu e também queimou, rosa-choque e não-aprovado-em-assembléia.

As faixas, os cartazes, as botas e as balas de borracha queimavam tudo junto num fogo só, repressão e reprimido berravam do mesmo jeito debaixo do vidro e do fogo que não parou de chover até acabar aquela palhaçada toda.

Havia um deus, e ele ouvia sex pistols.

20091001